domingo, 30 de setembro de 2007

VI

Existem dias que não existem. Hoje, por exemplo, não existiu. A noite agora me consome e anuncia que eu devo ir pra cama. Amanhã é mais um dia de luta, diferente de hoje, que foi, ou deveria ter sido, um dia de descanso e de pleno hiato cerebral. E não são só os domingos que não existem. Muitas vezes, as sextas também não existem. ó, benditas sextas-feira, em que eu passo o dia todo estudando, ou fingindo pra mim mesma que estudo e que, assim, a cada fórmula que leio, a cada data que lembro, a cada poesia que decoro, fico mais inteligente. Não é ingenuidade minha, é loucura. E loucura se combate com tratamento de choque e camisa de força. Mas eu não quero, nem de longe, ir parar num hospício, porque talvez goste de lá e, se gostar, não será um bom sinal. Será o sinal de que conviver com vocês, humanos sãos, é pior do que viver com eles, que comem cocô, que batem a cabeça na parede, que te miram com um olhar estranho, profundo e que dizem que coisas não existem.
Eu busco por algo que realmente exista, quem sabe um amigo imaginário. Boby? Você está aí?

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